O POVO INCA
Os Incas foram um dos povos mais civilizados da América. O império Inca era constituído por várias tribos, sendo a principal a tribo dos Quéchuas. Mais de dez milhões de cidadãos haviam se fundido nesta unidade política e cultural que era de elevado nível. Fisicamente os Incas eram de pequena estatura, pele morena, variando do moreno claro ao escuro, cabelos pretos e lisos quase imberbes. Quanto a organização social e política segundo o testemunho espanhol, eles eram perfeitos, possuidores de espírito comunitários.
INTRODUÇÃO
A história dos incas é pouco conhecida, pois por motivos religiosos os incas não tinham escrita. Os Incas habitavam os planaltos andinos, desde a Colômbia até as regiões do Chile e da Argentina atuais, tendo o atual Peru como o centro político, econômico e demográfico.
. Conta a história que os primeiros incas surgiram na forma de uma lenda que dizia... Tayta Inti ou, Pai Sol, observando o caos e a perdição que prevaleciam na Terra, decidiu enviar ao planeta duas crianças, com o objetivo de estabelecer a ordem. Elas surgiram das águas do Titicaca, o lago mais alto do mundo, e carregavam uma vara de ouro, presente de seu pai. O nome do primeiro inca era Manko Qhapaq (Sol); sua irmã era Mama Oqllo (Lua).
Uma outra lenda, que parece misturar-se à primeira conta que o deus Sol, Inti, e a deusa Lua, Quilla, compartilhavam um amor impossível pois nunca poderiam encontrar-se, mas existia uma profecia que dizia que, um dia, ambos amar-se-iam e desse encontro nasceria um menino e uma menina no Lago Titicaca.
Em dito dia a terra escureceu-se e Quilla uniu-se a Inti. Os que chegaram ao lago encontraram ali um homem lindo e forte, que seria conhecido como Manco Cápac, junto a uma donzela belíssima, chamada Mama Ocllo. Seu pai, Inti, ordenou a Manco ensinar aos ignorantes as artes de cultivar e criar animais, e à Mama Ocllo ensinar às mulheres a tecer e a trabalhar no lar. E a luz do conhecimento foi transmitida aos homens e mulheres, bem como a verdadeira religião, as leis e a ordem para habitar a Terra.
Mas Inti não só entregou conselhos a seus filhos, deu-lhes uma vara de ouro, cuja função era assinalar um lugar fértil onde trabalhar a terra; esta vara enterrar-se-ia no lugar certo, no fim de sua peregrinação, onde haveriam de fundar sua capital.
Desse modo Manco Cápac e Mama Ocllo iniciaram uma viagem que durou meses e em cada lugar que a ele parecia apropriado deixava cair a vara, sem o resultado satisfatório que ele esperava. Assim continuaram sua viagem para o norte do lago sagrado, através do país dos urus, o país dos collas e o país dos aimaras, onde não receberam boa acolhida já que não viam com bons olhos aos filhos de Inti. Diz-se que em certos lugares Manco Cápac e Mama Ocllo tiveram de atravessar por cavernas e andando durante a noite. Desde uma dessas grutas – a Tambotoco, que significa lugar da origem,e que se encontra em Pacaritambo - foi que o primeiro Inca e sua esposa empreenderam sua viagem que terminaria no vale do Cuzco, onde Manco Cápac deixa Cair a vara de ouro, que se enterra até quase desaparecer, pelo que o primeiro Inca funda a cidade do Cuzco, o umbigo do mundo, em honra aos deuses.
Uma outra lenda, que parece misturar-se à primeira conta que o deus Sol, Inti, e a deusa Lua, Quilla, compartilhavam um amor impossível pois nunca poderiam encontrar-se, mas existia uma profecia que dizia que, um dia, ambos amar-se-iam e desse encontro nasceria um menino e uma menina no Lago Titicaca.
Em dito dia a terra escureceu-se e Quilla uniu-se a Inti. Os que chegaram ao lago encontraram ali um homem lindo e forte, que seria conhecido como Manco Cápac, junto a uma donzela belíssima, chamada Mama Ocllo. Seu pai, Inti, ordenou a Manco ensinar aos ignorantes as artes de cultivar e criar animais, e à Mama Ocllo ensinar às mulheres a tecer e a trabalhar no lar. E a luz do conhecimento foi transmitida aos homens e mulheres, bem como a verdadeira religião, as leis e a ordem para habitar a Terra.
Mas Inti não só entregou conselhos a seus filhos, deu-lhes uma vara de ouro, cuja função era assinalar um lugar fértil onde trabalhar a terra; esta vara enterrar-se-ia no lugar certo, no fim de sua peregrinação, onde haveriam de fundar sua capital.
Desse modo Manco Cápac e Mama Ocllo iniciaram uma viagem que durou meses e em cada lugar que a ele parecia apropriado deixava cair a vara, sem o resultado satisfatório que ele esperava. Assim continuaram sua viagem para o norte do lago sagrado, através do país dos urus, o país dos collas e o país dos aimaras, onde não receberam boa acolhida já que não viam com bons olhos aos filhos de Inti. Diz-se que em certos lugares Manco Cápac e Mama Ocllo tiveram de atravessar por cavernas e andando durante a noite. Desde uma dessas grutas – a Tambotoco, que significa lugar da origem,e que se encontra em Pacaritambo - foi que o primeiro Inca e sua esposa empreenderam sua viagem que terminaria no vale do Cuzco, onde Manco Cápac deixa Cair a vara de ouro, que se enterra até quase desaparecer, pelo que o primeiro Inca funda a cidade do Cuzco, o umbigo do mundo, em honra aos deuses.
História
A palavra inca significa "chefe", "príncipe". O Inka era o chefe religioso e político de todo o Tawantinsuyo. Ele praticava a soberania suprema. Pesava o fato de que o Inka era venerado como um deus vivo, pois era considerado o Filho do Sol. Seus súditos seguiam suas ordens com total submissão. Aqueles que conviviam com ele se humilhavam em sua presença, em ato de extrema reverência. Apenas o mais nobre homem da linhagem Inka podia dirigir a palavra ao Inka e repassar as informações aos outros súditos.
Algumas das mulheres do Império Inca coletavam cabelo e saliva do Rei, como forma de se protegerem de maldições. Ele era carregado em uma maca dourada e suas roupas eram feitas de pele de vicunha da mais alta qualidade. Somente ele usava o simbólico Maskaypacha ou uma insígnia real, espécie de cordão multicolorido. Grandes adornos dourados pendiam de suas orelhas, o que acabava por deformá-las. O imperador inca usava ainda uma túnica que ia até os joelhos, um manto banhado a esmeralda e turquesa, braceletes e joelheiras douradas e uma medalha peitoral que trazia impresso o símbolo do Império Inca.
Os conquistadores espanhóis chamaram os nativos de "povo dos incas" e ignora-se o nome que davam a si mesmos. Os incas não possuíam sistema de escrita, nem deixaram registros históricos. Seu passado foi reconstruído por meio das lendas transmitidas por tradição oral. Os fatos mais antigos referem-se ao vulto lendário do primeiro soberano, Manco Cápac I, que se estabeleceu com a família no vale de Cuzco e dominou os povos que ali habitavam, no fim do século XII. Manco Cápac foi sucedido por Sinchi Roca, Lhoque Yupanqui e Mayta Cápac. Com o último, no século IV, na época da grande seca que assolou os Andes centrais, iniciou-se a anexação dos vales vizinhos às terras incas.
As conquistas consolidaram-se com os feitos militares dos soberanos Cápac Yupanqui, Inca Roca, Yahuar Huacac e, principalmente, Viracocha. Os territórios ocupados passaram a ser controlados por guarnições militares e funcionários incas. O império organizou-se politicamente com a unificação dos antigos povos autônomos, que continuaram desfrutando de relativa liberdade. Mantiveram-se usos e costumes locais, mas foram impostos elementos de coesão, como a língua, a religião (culto ao Sol) e tributos.
O império inca histórico teve início com Pachacútec Inca Yupanqui, que ocupou o trono a partir de 1438. A ele atribuem-se os projetos de Cuzco, a construção do templo do Sol e a adoção do sistema de cultivo em terraços. Em seu governo, o império expandiu-se para o sul, até o lago Titicaca, e para o norte, até a região de Huánuco. O exército era formado, em sua maioria, por guerreiros recrutados entre os povos dominados. Pachacútec iniciou a prática do mitmac, sistema pelo qual vários grupos de habitantes das regiões conquistadas eram deportados para outras regiões e substituídos por colonos já pacificados, para prevenir possíveis rebeliões.
No governo de Túpac Inca Yupanqui, filho e sucessor de Pachacútec, o império atingiu o apogeu. Entre 1471 e 1493, os incas conquistaram todo o planalto andino e os territórios setentrionais do Chile e Argentina atuais. Uma série de rebeliões, sufocadas com dificuldade, irrompeu no governo seguinte, de Huayna Cápac. Com ele, o império alcançou sua maior extensão geográfica, mas, depois de sua morte, foi dividido entre seus filhos, Huáscar e Atahualpa. A luta pelo poder levou-os a uma guerra civil no momento da chegada dos espanhóis, que tiveram a conquista do território favorecida pelo progressivo enfraquecimento do império.
Organização política e social
O núcleo da estrutura social e política dos incas era o ayllu ou clã, grupo tribal cuja chefia era confiada ao membro mais velho. Cada ayllu destinava dez homens ao serviço militar, ao cultivo das terras e ao trabalho nas minas e na construção de obras públicas. Reunidos, os ayllus formavam distritos, que integravam as quatro regiões em que se dividia o império, os suyus, governados por apos, pertencentes à nobreza.
A organização social obedecia a uma rígida hierarquia. O inca (imperador), venerado pelo povo como filho do Sol, exercia o poder supremo e era o chefe temporal e religioso do povo. Para preservar a pureza da dinastia, casava-se com a irmã mais velha, embora lhe fosse facultado manter várias concubinas, e o império transmitia-se a um filho legítimo, não necessariamente o primogênito. A aristocracia, composta de membros da família do imperador, ocupava os altos cargos do império e possuía as melhores terras. O segmento social imediatamente inferior era o dos curacas, ou chefes locais. A escala hierárquica prosseguia com os hatum runa (agricultores e artesãos), que cultivavam as próprias terras. O trabalho obrigatório constituía seu tributo à religião e ao estado. Os yanaconas, ou servos, e os mitimaes, prisioneiros de guerra, formavam a camada social mais baixa. O estado mantinha um sistema tributário que cobrava tributos para manter os velhos e os doentes, e para fornecer alimentos nas épocas de má colheita, com um soberano, que a ideologia inca dizia ser o filho do sol (o sol lhe outorgava proteção divina e ordem social).
Economia
O Império Inca tinha uma organização econômica de caráter próximo ao modo de produção asiático, na qual todos os níveis da sociedade pagavam tributos ao imperador, conhecido como O Inca. O Inca era divinizado sendo carregado em liteiras com grande pompa e estilo. Usava roupas, cocares e adornos especiais que demonstravam sua superioridade e poder. Ele reivindicava seu poder dizendo-se descendente de deuses (origem divina do poder real). Abaixo d'O Inca havia quatro principais classes de cidadãos.
A primeira era a família real, nobres, líderes militares e líderes religiosos. Estas pessoas controlavam o Império Inca e muitos viviam em Cusco. A seguir, estavam os governadores das quatro províncias em que o Império Inca era dividido. Eles tinham muito poder pois organizavam as tropas, coletavam os tributos cabendo-lhes impor a lei e estabelecer a ordem. Abaixo dos governadores estavam os oficiais militares locais, responsáveis pelos julgamentos menos importantes e a resolução de pequenas disputas podendo inclusive atribuir castigos. Mais abaixo estavam os camponeses que eram a maioria da população.
Entre os camponeses, a estrutura básica da organização territorial era o ayllu. O ayllu era uma comunidade aldeã composta por diversas famílias cujos membros consideravam possuir um antepassado comum (real ou fictício). A cada ayllu correspondia um determinado território. O kuraca era o chefe do ayllu. Cabia-lhe a distribuição das terras pelos membros da comunidade aptos para o trabalho.
Havia três ordens de trabalhos agrícolas:
§ realizados em benefício do Inca e da família real;
§ destinados à subsistência da família, realizados no pedaço de terra que lhe cabia;
§ realizados no seio da comunidade aldeã, para responder às necessidades dos mais desfavorecidos.
De fato, o sistema de ajuda entre as famílias estava muito desenvolvido. Para além das terras colectivas, havia reservas destinadas a minorar as carências em tempos de fome ou a serem usadas sempre que a aldeia era visitada por uma delegação do Inca.
Outro dos deveres de cada membro da comunidade consistia em colaborar nos trabalhos colectivos, como por exemplo a manutenção dos canais de irrigação.
Os nobres foram chamados pelos espanhóis de "orelhões", devido à impressão que tiveram de suas enormes orelhas, aumentadas pelos grandes pendentes que usavam. Os "orelhões" eram educados em escolas especiais durante quatro anos. Eles estudavam a língua quíchua, religião, quipos, história, geometria, geografia e astronomia. Ao terminar os estudos, eles se graduavam em uma cerimônia solene, onde demonstravam sua preparação passando em algumas provas.
Eles se vestiam de branco e se reuniam na Praça de Cusco. Todos os candidatos tinham o cabelo cortado e levavam na cabeça um llauto negro com plumas. Depois de rezarem ao sol, lua e ao trovão, eles subiam a colina de Huanacaui, onde ficavam em jejum, participavam de competições e dançavam.
Mais tarde, o Inca lhes entregava umas calças justas, um diadema de plumas e um peitoral de metal. Finalmente ele perfurava a orelha de cada um pessoalmente com uma agulha de ouro, para que pudessem usar seus pendentes característicos, próprios de sua categoria.
Os "orelhões" tinham vários privilégios, entre eles a posse de terras e a poligamia. Eles recebiam presentes do monarca, tais como mulheres, lhamas, objetos preciosos, permissão para usar liteiras ou trono.
Eles constituíam os funcionários do Império. Em primeiro lugar estavam os quatro apu, ou administradores das quatro partes do Império que assessoravam diretamente o Imperador. Abaixo deles estavam os tucricues, ou governadores das províncias que residiam em suas capitais, e eram periodicamente inspecionadas.
Os incas incumbiam os dominados do trabalho que cada um deveria executar, o quanto e qual terra poderiam cultivar e quão longe poderiam viajar. Depois de se adaptar a tais regras, eram bem vistos pelos dominadores.
Se um inca era acusado de furto mas isto não era provado, o próprio oficial local incumbido de manter a ordem era punido por não fazer seu trabalho corretamente.
Inválidos e incapazes eram auxiliados a prover sua subsistência com trabalho. Às mulheres casadas eram distribuídas meadas de lã para confecção de roupas.
Todos os incas eram obrigados a trabalhar para o Império e para os seus deuses domésticos (mita).
Os incas não tinham liberdade de viajar e os filhos sempre tinham de seguir o ofício dos pais. O Império Inca foi dividido em quatro partes. Todas as atividades dos habitantes eram supervisionadas pelos funcionários do Império.
Moeda
Os incas não usavam dinheiro propriamente dito. Eles faziam trocas ou escambos nos quais mercadorias eram trocadas por outras e mesmo o trabalho era remunerado com mercadorias e comida. Serviam como moedas sementes de cacau e também conchas coloridas, que eram consideradas de grande valor.
(Escambo, permuta , troca directa ou, simplesmente, troca é a transacção ou contrato em que cada uma das partes entrega um bem ou presta um serviço para receber da outra parte um bem ou serviço em retorno, sem que um dos bens seja moeda. Isto é, sem envolver dinheiro ou qualquer aplicação monetária aceita ou em circulação. Por exemplo, um agricultor com um marceneiro pratica escambo trocando dois cestos de frutas por uma cadeira, ou pela instalação de uma cerca em seu terreno.
Apesar da monetização da sociedade moderna, o escambo continua fazendo parte do cotidiano, como quando um amigo oferece a outro consertar seu computador em troca de uma carona, ou uma criança na escola oferece uma bolacha de seu lanche em troca de uma bala do seu colega. E chega a ser parte importante da economia em regiões menos desenvolvidas ou que aderem a certas tradições ou princípios, a exemplo de comunidades indígenas.
A prática do escambo vem se revitalizando com a Internet, através de sítios na web para troca on-line de mercadorias e serviços. A troca empresarial também vem ganhando espaço, com estimativas atribuindo a ela a circulação em valor equivalente ao de bilhões de dólares anuais.
Na história do Brasil, o escambo tem papel importante na exploração da mão-de-obra indígena pelos colonizadores, por meio de trocas de objetos de pouco valor para estes, mas com grande apreço por parte dos índios. Por exemplo, o escambo de espelhos, escovas e colheres por trabalho.)
Comércio
O comércio entre os indígenas era feito através de permutas. Nas feiras podiam encontrar alimentos (milho, mandioca, feijão, mel etc) cerâmica, tecidos e instrumentos agrícolas. Os indígenas muitas vezes utilizavam-se de uma espécie de "serviço de crédito", ou seja, já tendo trabalhado, podiam receber alimentos.Contudo, o comércio não era grande porque parte considerável da população produzia o que necessitava.
Não se conhecia o uso de moedas, embora os incas possuíssem um sistema numérico decimal pelo qual elaboravam sua contabilidade. Para favorecer a memorização, utilizavam-se dos quipus que consistia em uma série de cordinhas que indicavam as dezenas, centenas e os milhares, permitindo que fossem feitos levantamentos que serviam para controle do Estado. Funcionários especializados manipulavam os "quipus".
A agricultura incaica, vale a pena lembrar, foi muito aperfeiçoada, especialmente com a introdução de canais de irrigação. Os excedentes produzidos eram armazenados em celeiros públicos, abastecendo a população em períodos de fome ou durante festejos públicos.
a agricultura organizada espalhou-se por todo o império, desde a Colômbia até o Chile, com o cultivo de grãos comestíveis da planície litorânea do pacífico, passando pelos altiplanos andinos e adentrando na planície amazônica oriental.
Calcula-se que os incas cultivavam cerca de setecentas espécies vegetais. A chave do sucesso da agricultura inca era a existência de estradas e trilhas que possibilitavam uma boa distribuição das colheitas numa vasta região.
As principais culturas vegetais eram as batatas (semilha), batatas doce (batatas), milho, pimentas, algodão, tomates, amendoim, mandioca, e um grão conhecido como quinua.
O plantio era feito em terraços e já usavam a adiantada técnica das curvas de nível sendo os primeiros a usar o sistema de irrigação.
Os incas usavam varas afiadas e arados para revolver o solo, e usavam também a lhama para transporte das colheitas, embora tais animais fornecessem também lã para fazer tecidos, mantas e cordas, couro e carne.
Ervas aromáticas e medicinais também eram plantadas e as folhas de coca, eram reservadas para a elite. Toda a produção agrícola era fiscalizada pelos funcionários do império.
Religião
Com inteligente visão política, os incas incorporaram deuses e crenças dos povos conquistados, num sincretismo religioso que explica a coexistência da religião oficial e de vários cultos e rituais derivados do ciclo agrícola. Ao deus Sol, Inti, considerado pai da nobreza inca, eram consagrados os principais templos. A reforma religiosa do imperador Pachacútec substituiu o culto de Inti pelo de Viracocha. Segundo historiadores, Viracocha tinha sido o deus supremo de civilizações pré-incaicas e era visto como herói civilizador, criador da Terra, dos homens e dos animais.
Apu Illapu, senhor dos raios e da chuva, era o protetor dos guerreiros e camponeses. Em tempos de seca, a ele ofereciam-se sacrifícios (às vezes humanos). Entre as divindades femininas, Mamaquilla era a Lua, esposa do Sol, em torno da qual se organizava o calendário das festas agrícolas e religiosas. Pacha Mama, designação da mãe-terra, protegia os rebanhos de lhamas. Seu equivalente masculino, Pachacámac, era cultuado sobretudo na região litorânea. O mar e as estrelas também representavam manifestações divinas.
As cerimônias se realizavam ao ar livre. Os templos tinham em geral um só recinto e habitações anexas para os sacerdotes. Construíram-se grandes templos em localidades importantes, como Cuzco e Vilcas-Huamán, considerado o centro geográfico do império. Junto ao templo de Cuzco, dedicado a Inti, ficavam as "casas do saber" -- onde se formavam contadores, cronistas e outros sábios -- e a "casa das virgens do Sol", que deviam permanecer castas e dedicadas ao culto de Inti, salvo se escolhidas como concubinas pelo imperador ou por ele oferecidas a favoritos. A casta sacerdotal, vinculada à nobreza, detinha grande poder e possuía terras. Os sacerdotes eram considerados funcionários imperiais e deviam obediência ao sumo-sacerdote -- o huillac humu, de linhagem nobre --, radicado no templo de Cuzco.
Os sacrifícios constituíam parte essencial da religião dos incas. Nas ocasiões importantes, exigiam-se sacrifícios de animais ou pessoas, mas o comum eram as oferendas de flores, bebidas, folhas de coca e vestes, lançadas ao fogo sagrado. As diversas festividades, em que se realizavam procissões e danças rituais, eram estabelecidas de acordo com os ciclos agrícolas. Atribuíam-se as calamidades públicas à inobservância de algum preceito ou ritual, que devia ser confessada e expiada para acalmar a cólera divina.
Os sacerdotes desempenhavam a função de curandeiros, praticavam exorcismo e faziam previsões antes de qualquer acontecimento público ou privado importante. Nos pontos mais altos dos Andes erguiam-se montes de pedras, aos quais o viajante acrescentava a sua para pedir uma boa travessia.
Construíam-se grandes túmulos e monumentos funerários, pois os incas acreditavam na sobrevivência da alma depois da morte: os que tinham obedecido às ordens do imperador sobreviviam confortados pelo Sol, enquanto os insubordinados permaneciam eternamente sob a terra.
Arquitetura
Os Incas possuíam uma organização econômico social bastante complexa. A ela se vinculava uma arte monumental, que merece ser conhecida especialmente pela capacidade que tiveram de superar as dificuldades impostas pelo relevo.
Sendo essa região marcada pela presença de terremotos, convém observar que mesmo as construções de grande porte, resistiram muito bem a fortes abalos, ao contrário de diversas edificações feitas pelos europeus e que desabaram com os terremotos.
Neste sentido, podemos dizer que as obras de irrigação em direção aos vales desertos, a construção de pontes pênseis, entre grandes precipícios, e de aterros em pântanos atestam altos níveis de conhecimentos técnicos.
Para construir estradas em terrenos com grandes declives usavam do desenho em zigue-zague facilitando a circulação ou, se necessário, escadas. As estradas eram estreitas já que circulavam nelas apenas homens e lhamas com carregamentos. Erguiam-se muros de arrimo em lugares mais perigosos para evitar desabamentos.
As estradas desempenhavam uma função mais ligada ao controle do império do que aos comércio. Ao todo calcula-se que eram mais de 4 000 Km de estradas cortando todo o império.
Em meio às cordilheiras muitas vezes era necessário construir pontes. Elas eram feitas de cordas e exigam uma cuidadosa manutenção já que os cabos deviam ser substituídos todos os anos.
Ao longo das estradas podiam ser encontradas construções onde pernoitavam viajantes que faziam parte do exército ou que eram funcionários em serviço oficial. Nestes alojamentos ficavam os corredores que eram encarregados de levar mensagens de um canto a outro do império, tornando possível, por exemplo, que um destacamento do exército fosse informado com extrema rapidez sobre uma rebelião, podendo atuar com rapidez.
Educação
Entre os Incas existia uma elite formada por funcionários, chefes valorosos e mesmo por chefes vencidos que haviam sido integrados ao império. O filhos desta elite eram educados nas escolas de Cuzco onde aprendiam história, astronomia, agrimensura, respeito a um deus supremo. Também lutavam, corriam, fabricavam armas e sandálias. A educação era severa, compreendendo jejuns e exercícios violentos que poderiam até resultar em morte.
Terminado este período, o menino era apresentado ao Inca que lhe furava a orelha passando a ser este um símbolo de sua distinção social.
Conclusão:
Realmente é extraordinário que uma civilização tenha se estendido por 4000 quilômetros ao longo da Cordilheira dos Andes sem dispor da roda nem duma boa malha hidroviária para transportar os excedentes agrícolas, que foi o que causou o aparecimento das civilizações em outras partes, pois os Incas com suas técnicas de engenharia fizeram obras que seriam uma árdua tarefa mesmo para a engenharia moderna .
Os incas eram construtores exímios. Sem o auxílio da argamassa, edificaram paredes tão perfeitamente ajustadas que era impossível introduzir a lâmina de uma faca entre as pedras . Milhares quilômetros de estradas ligavam as quatro províncias ou confins como as chamavam, à Cuzco a capital, era superior a tudo o que existia à data na Europa. Embora o pavimento de pedras lisas pudesse ter sido concebido para veículos, numa sociedade sem cavalos e sem roda todos andavam a pé. Estas estradas transpunham rios por meio de pontes pênseis, eram tão sólidas que muitas delas foram usadas ainda no século XX .
Uma sociedade que tributava as pessoas e não a produção devia possuir um sofisticado esquema de controle. O Estado inca conhecia a quantidade de homens, mulheres e crianças de cada ayllu, conhecia o número de indivíduos com que podia contar para montar um exército sem afetar a produção, sabia quanta mão-de-obra era necessária para construir uma ponte e onde requisitá-la. Sabia das necessidades de alimento, roupas e armas para sustentar os mitamáes.
Os incas eram construtores exímios. Sem o auxílio da argamassa, edificaram paredes tão perfeitamente ajustadas que era impossível introduzir a lâmina de uma faca entre as pedras . Milhares quilômetros de estradas ligavam as quatro províncias ou confins como as chamavam, à Cuzco a capital, era superior a tudo o que existia à data na Europa. Embora o pavimento de pedras lisas pudesse ter sido concebido para veículos, numa sociedade sem cavalos e sem roda todos andavam a pé. Estas estradas transpunham rios por meio de pontes pênseis, eram tão sólidas que muitas delas foram usadas ainda no século XX .
Uma sociedade que tributava as pessoas e não a produção devia possuir um sofisticado esquema de controle. O Estado inca conhecia a quantidade de homens, mulheres e crianças de cada ayllu, conhecia o número de indivíduos com que podia contar para montar um exército sem afetar a produção, sabia quanta mão-de-obra era necessária para construir uma ponte e onde requisitá-la. Sabia das necessidades de alimento, roupas e armas para sustentar os mitamáes.
Poderiam ter organizado melhor o blog.
ResponderExcluirnota 8,0
Ass Prof. Marcelo